Por meio de um requerimento do deputado Jenilson Leite (PCdoB) foi realizada na manhã desta quarta-feira (29), no auditório da Assembleia Legislativa do Acre (Aleac), uma audiência pública para homenagear a data de 29 de novembro, Dia Internacional da Solidariedade ao Povo Palestino, instituído pelas Nações Unidas.
Neste momento a militância internacionalista organiza atividades com a intenção de rememorar a tragédia que os palestinos vivem desde 1948, ano em que a ONU aprovou, sem consulta aos habitantes locais, o Plano de Partilha da Palestina. Em tese seriam criados o Estado israelense e o Estado Palestino. Tal não ocorreu. Na verdade, ali se iniciava o martírio dos palestinos.
Em pronunciamento, o parlamentar comunista ressaltou que essa questão da Palestina com Israel não é só religiosa, mas sim uma questão jurídica. “Estamos hoje realizando esta audiência por solidariedade ao próximo. Não é porque os conflitos estão acontecendo bem longe daqui, no outro lado do mundo, que devemos fechar nossos olhos. Esta questão da Palestina com Israel não é só religiosa como a maioria pensa. É uma questão jurídica. É como a questão agrária que também temos aqui no Brasil, um problema que tem causado muitos conflitos”, enfatizou.
Um dos maiores ativistas pela luta dos palestinos no Acre, Abrahim Farhat, o famoso ‘Lhé’, falou da importância das atividades que envolvem o dia 29 de novembro e a luta do povo palestino pela paz e pela criação do seu Estado há 62 anos.
“Que bom que através de um projeto de lei do ex-deputado estadual, Luís Tchê hoje nós podemos comemorar essa data do dia 29 de novembro também no Estado do Acre. É importante a gente se envolver nas causas daqueles povos que têm dificuldades de superar os seus problemas sozinhos. Os palestinos já estão lutando há mais de meio século para terem um estado. É muito bom saber que nós não estamos sós, que todo o povo brasileiro está junto nessa corrente, isso me deixa imensamente feliz”, enfatizou.
De acordo com o padre Mássimo Lombardi, reitor da Catedral e coordenador da Pastoral Diocesana, a ONU traçou um plano de paz que não deu certo. “É uma situação muito triste, que se arrasta há muitos anos. Muitas pessoas já morreram nesse conflito e minha preocupação é que a situação só piora com o passar dos anos. A ONU traçou um plano de paz que infelizmente não deu certo. Só a diplomacia poderá resolver esse problema”, enfatizou.
Fazendo uma relação com o Muro da Palestina, idealizado para dividir os territórios israelense e palestino, a presidente da Comissão de Direitos Humanos do Poder Legislativo, deputada Eliane Sinhasique (PMDB), disse que para se construir uma relação harmoniosa e saudável é preciso que as pessoas derrubem os seus “muros”.
“Não estou falando só do muro da Palestina não, mas dos muros das nossas casas também. Se todo mundo quiser delimitar o seu espaço, a relação entre as pessoas deixará de existir, se tornará muito difícil. Uma casa que tem muros dificulta a relação entre os vizinhos, por exemplo. As pessoas não conseguem interagir, se ajudar. Muros não protegem ninguém, eles são apenas um obstáculo, nós precisamos acabar com essa cultura do individualismo. Nós precisamos derrubar os nossos muros”, ressaltou.
Mircléia Magalhães
Agência Aleac