Considerado
o mais moderno do Brasil, pois dispõe de avançada tecnologia alemã, o
frigorífico Dom Porquito começa a funcionar em Brasileia, no início de novembro
deste ano, já exportando 90 toneladas de carne de porco por semana para o Peru.
A
informação foi confirmada por Paulo Santoyo, diretor da Dom Porquito, um dos
empreendimentos industriais mais ousados da Amazônia brasileira, que vem
recebendo incentivos do governo Tião Viana para ampliar ainda mais a geração de
emprego e renda pelo processo de industrialização agroflorestal que está ocorrendo
na região do Alto Acre.
Segundo
Paulo Santoyo, antes mesmo de o frigorífico entrar em funcionamento em
Brasileia, já existem 20 clientes peruanos interessados em adquirir a carne
suína ultra light fabricada pela empresa, por conter uma capa de gordura menor
que a encontrada em suínos de criação convencional.
“Estamos prontos para atender o mercado
peruano e outros mercados porque o Acre cresce, caminha e avança com um governo
de coragem. O Acre que nunca produzia está ficando para trás”, assinala Paulo
Santoyo, lembrando, ainda, das potencialidades dos mercados da Bolívia,
Equador, Colômbia e Hong Kong, também alcançados pela Rodovia Interoceânica
entre o Acre e os portos do Pacífico peruano.
Produzindo
suínos de raça por meio de um sofisticado processo de inseminação artificial, a
Dom Porquito paga para pequenos produtores de Brasileia criarem os animais até
o ponto de abate em 85 galpões especiais de engorda, que dispõem de todos os
cuidados fitossanitários.
Orçado
em R$ 26 milhões, o moderno frigorífico será inaugurado no início de novembro
no km 9 da BR-317, entre Brasileia e Assis Brasil, com capacidade inicial para
abater até 250 animais por dia, que irão abastecer os mercados externos e
internos, gerando em torno de 500 empregos diretos. A previsão do empresário
Paulo Santoyo é alcançar receita entre 120 e 140 milhões de reais por ano.
Aduana
moderna e ágil na região de fronteira
Foi
para dar suporte às exportações das indústrias de excelência do Alto Acre, como
é o caso da Dom Porquito, que o governador Tião Viana vem mantendo
entendimentos com a Secretaria da Receita Federal, em Brasília e no Acre, para
a consolidação de uma aduana modelo, à altura das necessidades dessa região
acreana.
Para
Tião Viana, a parceria com a Receita Federal deve se estender ainda mais no
estado para alcançar a expansão de projetos industriais que estão sendo
projetados para serem implantados na Zona de Processamento de Exportação (ZPE)
e no fortalecimento da cadeia de exportação de carnes do estado.
“Estamos
apostando muito, principalmente no setor da proteína animal, por meio de
complexos industriais de peixe, suínos e frangos, além da agricultura. Queremos
o apoio da Receita Federal para desenvolver essas cadeias”, disse o governador.
O
presidente da Emater, Idésio Franke, doutor em Desenvolvimento Sustentável pela
UnB, considera um grande avanço o Acre ter um projeto de tecnologia tão
avançada como a da criação de suínos no Alto Acre. “Isso é motivo de orgulho
para o nosso estado”, assinalou Franke.
Sobre
o projeto da aduana modelo, o empresário Paulo Santoyo considera essencial que
haja mesmo celeridade no desembaraço da burocracia exigida para a exportação.
No caso da Dom Porquito, a empresa precisa vender o produto resfriado, que
precisa chegar logo aos mercados consumidores peruanos.
“É
preciso agilizar o desembaraço alfandegário, pois vamos precisar de celeridade
porque trabalhamos com produtos resfriados, que precisam chegar logo aos
mercados”, disse Santoyo, que advoga a instalação de uma aduana por 24 horas em
Brasileia e não em Assis Brasil, pois a primeira cidade dispõe de mais
infraestrutura de profissionais e de logísticas.
Por Romerito Aquino