terça-feira, 10 de outubro de 2017

O deputado Jenilson Leite (PCdoB) que representou o Acre em seminário sobre a viabilidade do projeto na China destaca importância do empreendimento para o desenvolvimento do Estado


A construção da Ferrovia Bioceânica – obra que poderá ligar por terra o oceano atlântico ao pacífico – poderá desencadear um novo impulso econômico na região amazônica, em especial no Estado do Acre, onde cerca de 600 km dos trilhos devem passar em quase sincronia com a BR-364, ligando Rio Branco a Cruzeiro do Sul e terminando o ápice da ligação nos portos peruanos. A ferrovia, segundo estudos, deve ter cerca de 4,9 mil quilômetros de extensão, sendo que o trecho peruano tem 1,6 mil km e o brasileiro 3,3 mil km e ter custo elevado na casa dos R$ 50 bilhões.

A ideia é que os insumos produzidos em todo o país passem pelo Estado que adotou como modelo econômico o desenvolvimento sustentável através do termo “Florestania”, implantado no governo de Jorge Viana, atualmente senador da república, e que até hoje norteia as ações do Estado nos últimos 18 anos.

Para tratar sobre o assunto, o ac24horas entrevistou o deputado estadual Jenilson Leite (PCdoB), que ao lado do secretário de Obras do Estado Átila Pinheiro, participou durante 15 dias do seminário sobre a construção da Ferrovia, sediado pela BJTU (Beijing Jiaotong University), em Pequim, na China.

Leite enfatizou que um estudo de viabilidade e impactos ambientais coordenado pelo governo chinês foi feito recentemente e custou cerca de R$ 200 milhões. Segundo o parlamentar, durante as apresentações, os chineses informaram que a viabilidade econômica da ferrovia é real. “Eles acreditam com base em estudos e na experiência em grandes obras que a ferrovia se paga devido ao grande benefício que isso vai trazer não só ao mercado asiático, mas também aos Estados Brasileiros. A Bioceânica vai cortar os Estados da Bahia, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Rondônia e o nosso Acre. Eles acreditam que a que é mais fácil construir essa ferrovia pelo Acre do que por outros trechos. O custo seria menor”, explica.

Para os chineses, tempo é dinheiro e isso os incentiva a criar uma nova rota tendo o Brasil como parceiro. Atualmente, para se transportar produtos brasileiros para a China, as mercadorias saem dos portos localizados nas regiões do nordeste, sudeste e sul do país por navios e são obrigados a passar pelo canal do Panamá. Até a chegada no mercado asiático, a mercadoria demora cerca de 54 dias, mas em comparação com a nova rota que pode ser criada pelo país, o tempo de transporte fica muito mais rápido, entre 34 a 38 dias, tendo um ganho significativo no fluxo e até mesmo barateando o produto.

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