quinta-feira, 3 de novembro de 2016

Deputado Jenilson Leite diz que informações não confirmadas sobre o açaí têm prejudicado produtores


O deputado Jenilson Leite (PCdoB) voltou a falar na sessão desta terça-feira (1º), na Assembleia Legislativa do Acre (Aleac), sobre algumas notas que foram divulgadas sobre o açaí de Feijó, que geraram polêmica e temor na população acreana. Para o deputado, que também é médico infectologista, as notas foram divulgadas com certa “displicência” e por esse motivo causaram grandes prejuízos aos produtores de açaí daquele município.

“Toda essa conversa de que o açaí poderia estar infectando pessoas com a doença de Chagas fez com que eu fosse a Feijó para ouvir os produtores, para dar tranquilidade à população de que está consumindo um açaí de qualidade, ” disse.

Jenilson Leite parabenizou ainda a Secretaria de Estado de Extensão Agroflorestal e Produção Familiar (Seaprof) pelo curso promovido em Feijó em parceria com o Instituto Federal do Acre (Ifac) e a prefeitura do município. O objetivo do curso é capacitar todos os atores da cadeia produtiva do açaí para garantir um produto de qualidade e sem nenhum risco a quem consome.

Cerca de 100 produtores de açaí em Feijó participaram do curso sobre boas práticas de colheita, transporte e beneficiamento do fruto, um dos principais produtos da economia do município. No encerramento, os produtores e catadores de açaí do município participaram de uma aula prática sobre as etapas necessárias durante o beneficiamento do fruto.

“O curso garante a segurança de retirar qualquer besouro ou outras formas de vidas parasitas que possam causar doença nas pessoas. Dessa forma, o açaí de Feijó, que teve a sua imagem prejudicada, pode ser consumido com segurança, ” garantiu.

O deputado pretende fazer um inquérito epidemiológico em parte da população de Feijó para saber se existem outros casos da doença e a maneira como aconteceram as contaminações. Por essa amostragem poderá ser identificada a presença do barbeiro e do parasita Trypanosoma cruzi na região.
Outra ação do parlamentar que está prevista é a criação de um selo de qualidade para o açaí de Feijó, que será concedido aos produtores que utilizarem as boas práticas de produção. Serão feitas análises em laboratórios especializados para garantir ao consumidor a qualidade e a segurança do açaí regional.

Na Explicação Pessoal Jenilson Leite retornou à tribuna falar da sua participação no Festival Yawanawá, realizado na semana passada nas cabeceiras do Rio Gregório. O parlamentar ressaltou que o festival acontece há 15 anos e atrai milhares de pessoas de várias partes do Brasil e do mundo.

“A Aldeia Esperança já recebeu visitantes de pelo menos 60 países. Neste ano, cerca de 200 viajantes estiveram presentes na celebração Yawanawá. Sem contar nos mais de 600 índios de várias outras etnias que também participaram dos festejos”.

Para o deputado, a festa sagrada do povo Yawanawá é uma das mais belas manifestações dos povos da Amazônia. “Houve uma reorganização da cultura e da autoestima necessárias para os povos indígenas em função da desvalorização do mundo externo. Mas aqui no Acre conseguimos avançar e estamos vendo várias etnias retomando as suas culturas e fazendo festas tão belas como essa do povo Yawanawá. Não tenho dúvidas que os conhecimentos da cultura Yawanawá podem ser uma alternativa para a humanidade que atravessa um momento muito difícil”, frisou.

Para concluir, Jenilson Leite apresentou requerimento solicitando que a Mesa Diretora do Poder Legislativo disponibilize o espaço da Aleac para que no dia 11 de novembro, a partir de uma articulação em nível nacional, seja realizado um seminário sobre segurança pública. A segurança nas fronteiras será o principal tema do evento.

“O seminário pretende fazer uma abordagem especial sobre a segurança nas fronteiras. O deputado federal Moisés Diniz está nessa articulação, ele pretende fazer um discurso com esse olhar, com o objetivo de fortalecer a segurança nas fronteiras. Sabemos que a fragilidade da segurança nas fronteiras é responsável pelo aumento da criminalidade no nosso Estado e isso sem dúvida deve ser mais discutido”, concluiu.


Mircléia Magalhães
Agência Aleac

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